Cuidados durante a estação

A caspa tende a se proliferar com o frio e atinge metade da população mundial. Saiba como orientar o consumidor a se prevenir, cuidando dos fios e do couro cabeludo 

Com sintomas como coceira, que varia de moderada a intensa e os pontinhos brancos que teimam em cair na roupa, causando constrangimento, a dermatite seborreica, ou caspa, como é mais conhecida, é um mal que afeta 50% da população mundial.

Segundo a head & shoulders, o Brasil é o país da América Latina com maior incidência de caspa, com cerca de 40% dos brasileiros sofrendo do problema. Desencadeada por diversos fatores, alguns ainda desconhecidos, a doença ainda não tem cura. Mas é possível controlá-la com tratamento adequado.

E é nesta época do ano, com a chegada do inverno, que o problema tende a se agravar. Roupas escuras são as mais pedidas da estação e ficam mais elegantes, porém, para quem sofre com a caspa, é exatamente nesta época do ano que a doença tende a piorar e o problema aparece com mais facilidade.

O uso inadequado de cosméticos, uso do secador, o estresse, as disfunções nas glândulas sebáceas e a alimentação, uma vez que se consome comida com maior teor de gordura do que no verão, também são fatores que desencadeiam o surgimento da caspa.

Mas não é somente no inverno que ela surge. Existem outros fatores que podem desencadear ou agravar a caspa, como alterações hormonais, alguns medicamentos, quadros de doenças neurológicas, certos tipos de alimentos, acúmulo de resíduos e oleosidade no couro cabeludo, além de lavagem inadequada dos cabelos.

Para recomendar bons produtos, é preciso entender o problema. Caspa é uma descamação do couro cabeludo, devido à multiplicação de células epiteliais. As causas podem ser inúmeras: descamação por agressão física (secador quente ou água quente), agressão química (progressiva, xampu, coloração, condicionador), reação do organismo por estresse ou alteração hormonal.

Outra manifestação possível da caspa é por um fungo de origem natural, denominado Malassezia globosa, que se encontra no couro cabeludo de praticamente todas as pessoas. Esse fungo alimenta-se da oleosidade natural do couro cabeludo e fabrica subprodutos e ácidos que provocam irritação no couro cabeludo. Só quem já sofreu, ou sofre com o problema, sabe o quanto ele incomoda e causa situações constrangedoras, já que, para a maioria das pessoas, a caspa é sinônimo de falta de higiene.

Prevenção e tratamento

Lavar os cabelos frequentemente e com produtos suaves a fim de impedir o acúmulo de oleosidade é o primeiro passo para se evitar a caspa. Além disso, deve-se evitar dormir ou prender os cabelos molhados, pois isso aumenta a umidade do couro cabeludo, favorecendo a proliferação de fungos. É importante também evitar tratamentos químicos muito agressivos.

Quando já se tem um quadro de caspa, é fundamental procurar um dermatologista para que ele recomende o tratamento adequado, com produtos que diminuam a formação de escamas e que possuam antifúngicos em sua composição.

Um estudo realizado por head & shoulders demonstrou que a combinação do xampu com 1% de Piritionato de Zinco (ZPT) e condicionador com 0,5% de ZPT é 24% mais eficaz na redução do Malassezia globosa que a utilização sozinha do xampu. Além disso, essa combinação é 78% mais eficaz que a utilização do xampu anticaspa mais um condicionador sem ingrediente anticaspa. Portanto, o uso combinado de xampu e condicionador que possuam um ingrediente ativo anticaspa (como o ZPT), aumenta a eficácia do tratamento.

Auxílio na escolha do produto

Quadros mais leves podem ser tratados com o uso de xampus e condicionadores anticaspa com sucesso. Em casos mais avançados, é essencial a consulta a um especialista, para que ele avalie e recomende o melhor tratamento para combater o problema. Os xampus de uso livre possuem uma cosmética semelhante aos xampus normais e, em geral, uma ou duas medicações antifúngicas em concentração baixa, sendo que os xampus de prescrição podem ser manipulados e conter outros ativos, como derivados do coaltar, antibióticos e corticosteroides tópicos. A princípio, mesmo os xampus de prescrição podem ser comprados sem receita médica. Algumas vezes, a mesma formulação tem um nome comercial para prescrição e outro para o público geral por motivos de mercado, preço, etc. De forma geral, os xampus de prescrição têm uma concentração maior de alguns princípios ativos e os de prescrição manipulados abrem a possibilidade de se customizar a receita conforme a demanda específica de cada paciente.

Fonte: dermatologistas e membros da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), Dra. Tatiana Gabbi e Dr. José Rogério Regis

Mitos e verdades

Quanto mais bem informada sobre a caspa a população estiver, maiores serão suas chances de prevenir e combater o problema. Especialistas de head & shoulders esclarecem as principais dúvidas dos consumidores.


Lavar a cabeça todos os dias pode causar caspa. MITO.

Apesar de a caspa ser um distúrbio conhecido há anos, suas causas não são 100% claras. Os especialistas observaram, porém, três fatores principais que podem facilitar a presença da doença, como: suscetibilidade genética (ou seja, uma tendência congênita de a pele ter uma resposta inflamatória no couro cabeludo), sebo (óleos presentes naturalmente e que servem de “alimento” ao fungo causador da caspa) e o fungo propriamente dito, o Malassezia globosa, que se desenvolve em condições favoráveis.

Escova progressiva pode provocar o surgimento da caspa. MITO.

Algumas pessoas podem apresentar irritação no couro cabeludo, provocada pelo uso do produto. Essa irritação causa descamação da região, que pode ser confundida com a caspa. O couro cabeludo também pode inflamar, porque a irritação, a vermelhidão ou a coceira podem diminuir a resistência da pessoa, levando a um processo inflamatório.

A caspa é sazonal. DEPENDE.

Estudos clínicos têm mostrado que, nas pessoas que sofrem do problema, tanto a presença das escamas quanto a do fungo, que contribui para a piora da caspa, é constante durante o ano todo. Na verdade, onde o ar é frio e seco, os flocos de caspa parecem mais brancos (por isso, mais aparentes). No entanto, a maioria dos casos é relatada durante as estações mais quentes, com a proliferação do fungo. Por isso é importante que a pessoa mantenha o tratamento anticaspa durante o ano todo.

Os homens têm mais propensão à caspa que as mulheres. FALTA COMPROVAÇÃO CIENTÍFICA.

Temos a impressão de que a caspa acomete muito mais os homens do que as mulheres. Mas as causas da caspa estão associadas à suscetibilidade genética (que favorece uma resposta inflamatória ao ácido oleico), à produção de sebo (óleos presentes naturalmente e que servem de “alimento” ao fungo provocador da caspa) e ao fungo Malassezia globosa, que se desenvolve em condições favoráveis. Não existe comprovação científica de que esses fatores sejam mais prevalentes em homens do que em mulheres.

Pessoas com cabelo oleoso têm maior probabilidade de desenvolver o problema. VERDADE.

O cabelo oleoso, por produzir uma quantidade maior de óleo, é propício para o aparecimento da doença (a proliferação do fungo Malassezia globosa). De acordo com a médica, o que geralmente essas pessoas apresentam é a descamação do couro cabeludo devido ao ressecamento, não estando associada ao Malassezia globosa.


A falta de higiene pode desencadear a condição. MITO.

A falta de higiene não é um fator condicionante para que apareça a caspa.

Caspa e dermatite seborreica são a mesma coisa. MITO.

A caspa é uma manifestação mínima da dermatite seborreica. Porém ambas as condições têm algo em comum: o fungo Malazzesia globosa, independentemente de a doença ser de intensidade leve ou severa. A dermatite seborreica, às vezes, vem acompanhada de eritema e tem sintomas mais intensos. Os lugares mais comuns são couro cabeludo, face e partes que apresentam grande concentração de glândulas sebáceas (responsáveis pela produção do sebo, ambiente apropriado à proliferação do fungo Malassezia globosa).

Usar xampu anticaspa previne o aparecimento da doença. VERDADE.

Uma das substâncias mais eficazes para o combate da caspa é o Piritionato de Zinco. A substância é capaz de agir diretamente no fungo (Malassezia globosa), combatendo-o e diminuindo a tendência à inflamação de forma efetiva.

A caspa é contagiosa. MITO.

A caspa não é contagiosa, pois o surgimento da condição depende da predisposição individual e de outros fatores combinados (estresse, cansaço, mudança de temperatura, excesso de oleosidade). Ainda que a quantidade do fungo Malassezia globosa esteja aumentada nas pessoas com caspa, ele não é transmitido de uma pessoa para outra.

A caspa pode gerar calvície. DEPENDE.

A caspa não é responsável pela calvície. A calvície está associada à predisposição genética. No entanto, a inflamação constante do couro cabeludo, como a provocada pela caspa, coopera para o agravamento da calvície.

Não há cura para a caspa. VERDADE.

Infelizmente, a caspa só pode ser controlada e o tipo de tratamento varia conforme a gravidade do problema. Casos mais severos devem ser tratados sob a orientação de um dermatologista. Quadros mais leves podem ser controlados com o uso regular de um sistema de tratamento que alie xampu e condicionador específicos. Com o tratamento adequado, há casos em que a caspa fica anos sem aparecer

Autor: Tassia Rocha

 

Economia e o varejo

Edição 270 - 2015-05-01 Economia e o varejo

Essa matéria faz parte da Edição 270 da Revista Guia da Farmácia.

Deixe um comentário