Pontos de venda multivitaminados

Polivitamínicos garantem ótimos resultados às farmácias, portanto, é importante estar preparado para atender às demandas dos consumidores e abastecer as gôndolas, favorecendo a visibilidade desses produtos

As vitaminas e os minerais são elementos indispensáveis para a dieta considerada saudável. Mas manter a Ingestão Diária Recomendada (IDR – veja box) nem sempre é uma tarefa fácil, já que exige uma dieta variada. Por vezes, seja por conta do dia a dia atribulado, que exige alimentação à base de congelados, lanches ou fast-foods; por restrições alimentares ou hábitos alimentares (como é o caso de veganos ou vegetarianos); ou até mesmo pela falta de condições financeiras para manter uma boa dieta, são muitos os motivos que podem levar o brasileiro a apresentar carência nutricional.

Assim, seja qual for a ocasião, o uso de polivitamínicos (também conhecidos por multivitamínicos) é cada vez mais indicado pela classe médica ou procurado pela população, por conta própria.
“Nos últimos anos, a busca de forma espontânea tem crescido muito, acompanhando a procura de melhor qualidade de vida. Hoje, os suplementos vitamínicos e minerais não precisam de indicação médica desde que a IDR dos ingredientes não ultrapasse 100%”, destaca o gerente de produto do Grupo Cimed, Josué Vida.

A nutricionista do Hapvida Saúde, Tanara Ferreira, lembra alguns dos sintomas comuns que fazem os consumidores recorrerem aos polivitamínicos. “Geralmente, eles procuram esses produtos por conta de unhas fracas, queda de cabelo, sonolência ou fraqueza. E, de modo geral, não procuram auxílio de um especialista”, pontua.

Esse cenário se reflete em números. Segundo dados do IMS Health, no acumulado de março de 2014 a fevereiro de 2015 (ano móvel), o mercado de polivitamínicos (com ou sem minerais) movimentou R$ 1,042 bilhão, alta de aproximadamente 80% ante o mesmo período de 2011. Em volume, no mesmo período, foram contabilizadas 28,076 milhões de unidades, alta de 51% quando comparado a 2011.
Os resultados também se mostram bastante favoráveis para o canal farma, conforme analisa a gerente de produto Centrum, Priscila Gama. “O segmento de multivitamínicos conta com 135 marcas e é o Top 3 do mercado de Medicamentos Isentos de Prescrição (MIP). Isso significa que tem uma importante contribuição no faturamento”, justifica, acrescentando que a preocupação do brasileiro com a qualidade da nutrição e o aumento do poder aquisitivo das classes C e D geraram um crescimento nas vendas de multivitamínicos e sua consequente importância nas farmácias.

Apresentações personalizadas

A variedade de polivitamínicos oferecida ao mercado é bastante variada, podendo ser, hoje, encontrados sob a forma de cápsulas, comprimidos, pós ou líquidos. E seja qual for a apresentação, é fato que o grande foco da indústria está na personalização desses nutrientes.

“Temos os tradicionais, focados na complementação nutricional do homem e da mulher; como temos os polivitamínicos desenvolvidos para crianças; e os produtos focados no cuidado capilar, das unhas e da pele. Além disso, também temos uma crescente busca por polivitamínicos desenvolvidos para pessoas acima de 50 anos”, resume Vida.

A marca Centrum segue essa tendência e apresenta um multivitamínico para cada necessidade. Alguns exemplos são o Centrum Control (desenvolvido para aqueles que se preocupam com os níveis do colesterol); Centrum Mulher (contém doses ajustadas de vitaminas e minerais que ajudam a manter a aparência e a saúde da pele, unhas e cabelo); e Centrum Homem (ajuda a manter a saúde muscular e o funcionamento adequado do sistema imunológico).

Atenção ao PDV

Para que as farmácias consigam conquistar bons resultados com a categoria, o primeiro passo é garantir um bom atendimento, identificando quais os principais benefícios de cada vitamina associada aos produtos. “A variedade de multivitamínicos é muito grande e é preciso que o atendente entenda as diferenças entre eles. Nesse caso, é fundamental investir em treinamento para auxiliar o consumidor a sanar dúvidas sobre composição e concentração de vitaminas e minerais”, avalia Priscila.

Raio-x dos polivitamínicos

Sigla para Ingestão Diária Recomendada, a IDR é a quantidade de vitaminas, minerais e proteínas que precisam ser consumidas diariamente para atender às necessidades nutricionais. Esse valor varia para crianças, lactantes (mulheres que estão amamentando) e gestantes. A última Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF), desenvolvida pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), apontou que menos de 10% da população atinge as recomendações de consumo de frutas, verduras e legumes.

A maioria dos multivitamínicos não precisa de prescrição médica, embora o ideal seja buscar a ajuda de um profissional (como nutrólogo ou nutricionista) que possa indicar o melhor produto para cada caso. Vale lembrar que eles não substituem a alimentação, portanto, devem ser consumidos junto a uma dieta balanceada e, de preferência, acompanhados por atividades físicas regulares.

E embora não sejam substitutos alimentares, segundo afirma a nutricionista da Clínica Faciall, Viviane Scheifer, eles podem agir combatendo os radicais livres de uma dieta inadequada, baseada em fast-foods ou congelados. Ela reforça, ainda, que os multivitamínicos não engordam. “Tendo em vista que a obesidade, em muitos casos, ocorre devido a uma alimentação pobre em vitaminas e minerais e rica em açúcares e gordura, vitaminas e minerais irão beneficiar no emagrecimento, regulando o metabolismo”, analisa.

A nutricionista do Hapvida Saúde, Tanara Ferreira, explica por que essa confusão sobre o ganho de peso acontece. “Esses produtos podem influenciar no apetite por conta de uma deficiência vitamínica. Mas esses nutrientes não engordam, são isentos de calorias. As calorias estão presentes apenas em carboidratos, proteínas e gorduras”, esclarece.

Algumas das vitaminas presentes nos compostos

• Vitamina A: contribui para a manutenção da visão normal.
• Vitamina D: contribui para regular a absorção e utilização do cálcio.
• Vitamina E: atua como agente antioxidante.
• Vitamina K: atua na coagulação normal do sangue.
• Vitamina C: contribui para o normal funcionamento do sistema imunológico; atua como agente antioxidante; é indispensável para a síntese de colágeno; auxilia na manutenção das funções glandulares e de crescimento, proteção contra infecções; e mantém imunidade e prevenção contra o câncer.
• Ácido fólico: contribui para o metabolismo dos aminoácidos e para a formação normal das hemácias.
• Cálcio: necessário para a manutenção de ossos normais.
• Magnésio: contribui para o funcionamento muscular.
• Ferro: importante para formação de glóbulos vermelhos.
• Zinco: contribui para o funcionamento do sistema imune e para a manutenção de pele, unhas e cabelos normais.
• Vitaminas do Complexo B (1, 2, 3, 5, 6, 8 e 9): atuam na saúde do sistema nervoso e circulatório; na formação de células vermelhas do sangue e anticorpos; melhoram a circulação sanguínea; atuam na construção de anticorpos, redução de triglicérides e colesterol; reduzem o risco de doenças cardíacas; combatem as infecções; agem na manutenção do sistema imunológico; e mantêm a saúde do cabelo e da pele.
• Vitamina B12: atua na síntese de células vermelhas do sangue; manutenção do sistema nervoso; e auxilia no crescimento e desenvolvimento do corpo.

Fontes: gerente de produto Centrum, Priscila Gama; e gerente de marketing da Sundown Naturals, Aline Germano

Representatividade da categoria


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Os polivitamínicos podem ser indicados para:

• Pacientes com deficiência na ingestão de alimentos ricos em nutrientes, como frutas e verduras.
• Aumento da imunidade de pacientes que, frequentemente, sentem-se resfriados ou gripados e em alguns casos de herpes, candidíase e micoses.
• O emagrecimento, para que o metabolismo funcione de maneira rápida e adequada.
• Prevenção de doenças, como câncer, diabetes, colesterol e hipertensão.

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A gerente de marketing da Sundown Naturals, Aline Germano, fornece alguns esclarecimentos básicos sobre os benefícios desses produtos que podem ser repassados ao consumidor. “É importante que os usuários saibam que eles são capazes de fortalecer o sistema imunológico, oferecendo maior resistência ao organismo; que combatem o estresse físico e mental; que ajudam a suprir a deficiência do organismo de vitaminas e minerais com apenas um comprimido ao dia; e que oferecem mais vitalidade e energia para o dia a dia”, resume.

O segundo passo é desenvolver um bom modelo de exposição, que garanta visibilidade. Priscila aconselha a implementação de um modelo que reúna os produtos por categoria ou subcategorias, deixando juntas as monovitaminas, os suplementos de cálcio e vitamina C. “Para os multivitamínicos, é recomendável organizá-los por marca”, acrescenta.

Já na opinião de Aline, a melhor forma de expor esses produtos seria de uma maneira blocada na vertical e distribuídos próximos a produtos correlatos para que o consumidor não tenha dificuldade de encontrá-los nas gôndolas. E o cross-merchandising também pode ser explorado, conforme afirma Vida. “A exposição próxima aos antigripais é uma boa sugestão devido aos problemas de imunidade”, opina.
Além do ponto natural, alguns pontos extras da loja podem ser explorados, a fim de reforçar a presença dos polivitamínicos no ponto de venda (PDV). “A colocação em cima do balcão ajuda na hora da compra por impulso e na indicação do balconista. Além disso, a aplicação de displays de chão traz um ‘respiro’ para os produtos, facilidade de reposição e controle de estoque, e ajuda o consumidor a localizar os polivitamínicos com mais facilidade”, aconselha Vida.

Economia e o varejo

Edição 270 - 2015-05-01 Economia e o varejo

Essa matéria faz parte da Edição 270 da Revista Guia da Farmácia.

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