Vida plena à pele no inverno

Ressecamento e opacidade provocados nos dias mais frios e doenças que podem ter os sintomas intensificados por conta da baixa temperatura, como dermatite atópica, pedem formulações especiais para controle do problema

É comum os dias mais frios do inverno serem acompanhados de baixa umidade relativa do ar, fazendo com que a água presente nas camadas superficiais da pele evapore para o meio ambiente. Essas características do clima trazem danos ainda piores quando acompanhadas de vento e banhos quentes, típicos da estação.

Juntos, esses agentes podem fazer com que a pele ganhe um aspecto áspero e opaco, podendo se tornar seca. “Faz-se referência à pele seca quando, em determinado momento, sob a influência de banhos quentes, do clima seco, do uso de sabonetes inadequados, ela sofra um dano da barreira cutânea resultando em maior perda de água transepidérmica e, consequente, ressecamento da mesma”, descreve o consultor médico do Laboratório ISDIN e chefe do serviço de dermatologia do Hospital Ipiranga de São Paulo, Dr. Cristiano Horta.

Aqueles que sofrem por dermatite atópica também podem ser prejudicados pela ação do inverno, conforme explica a dermatologista e pesquisadora da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), Dra. Érica Monteiro. “Essa doença é um defeito na barreira cutânea e do sistema imunológico, que protege a pele das agressões do meio ambiente. E o quadro pode ser agravado pelo frio e baixa umidade relativa do ar”, alerta.

O Dr. Horta reforça que o grau de ressecamento da pele em geral não leva à dermatite atópica, mas em indivíduos atópicos, o ressecamento da pele pode desencadear, estender e piorar a crise atópica da pele e, inclusive desencadear, estender e piorar crises respiratórias (asma e rinite) nestes indivíduos.


Formulação diferenciada

O principal foco do tratamento da doença deve estar em fortalecer a pele com o uso contínuo de hidratantes funcionais, já que as versões comuns apenas impedem a perda de água da pele. “Os hidratantes funcionais desenvolvidos para pele atópica, além de impedir a perda de água, formam filme protetor, pois têm componentes que são semelhantes à estrutura da pele e são capazes de restaurar a pele danificada”, justifica a especialista da Unifesp, reforçando, ainda, que o tratamento depende da fase da doença.

O Dr. Horta acrescenta que esses produtos devem ser hipoalergênicos, isentos de fragrâncias que mais se relacionam à dermatite de contato, não conter corantes, apresentar cosmética agradável e, se possível, conter ativos que reduzam a coceira, reparem a barreira cutânea e mantenham a pele atópica mais tempo sob controle.

A linha Umiditá, recentemente lançada pela Libbs Farmacêutica, foi desenvolvida, exclusivamente, para auxiliar todas as fases do tratamento da dermatite atópica, desde a crise até a manutenção. Com agentes, como aveia coloidal e o óleo de canola, a linha traz produtos, como Umiditá AI (hidratação com propriedades anti-inflamatórias para a crise atópica); Umiditá Loção (hidratação calmante para a pele atópica); Umiditá Rosto (hidratação e proteção diária para a pele sensível ou atópica); e Umiditá Infantil (cuidado diário da pele sensível da criança e do bebê).

E seja qual for o produto utilizado, vale estar atento a alguns conceitos e propriedades. “Os produtos emolientes são aqueles destinados a promover a suavidade da pele; os umectantes atraem água para o estrato córneo; e hidratantes oclusivos impedem a perda de água transepidérmica”, descreve o Dr. Horta.

Portanto, a formulação dos produtos destinados à hidratação da pele atua na superfície e, não, necessariamente, precisa agir de forma mais profunda. “Alguns produtos hidratantes são mais completos e permitem atuar tanto atraindo água como impedindo que a água saia da pele”, acrescenta.

E seja qual for o produto utilizado, vale estar atento a alguns conceitos e propriedades. “Os produtos emolientes são aqueles destinados a promover a suavidade da pele; os umectantes atraem água para o estrato córneo; e hidratantes oclusivos impedem a perda de água transepidérmica”, descreve o Dr. Horta.

Portanto, a formulação dos produtos destinados à hidratação da pele atua na superfície e, não, necessariamente, precisa agir de forma mais profunda. “Alguns produtos hidratantes são mais completos e permitem atuar tanto atraindo água como impedindo que a água saia da pele”, acrescenta.

Já a linha Nutratopic, da ISDIN, oferece versões dirigidas à pele reativa (sensível e irritável), composta por produtos, como Nutratopic Rx Creme (traz agentes emolientes, umectantes e lipídeos e é adjuvante no cuidado da pele reativa, garantindo hidratação intensa para as áreas localizadas e de dobras); Nutratopic Loção Emoliente (conta com agentes emolientes de uso corporal diário, umectantes e lipídeos, proporcionando hidratação profunda); e Nutratopic Gel de Banho (gel de banho corporal de uso diário, com hidratantes e agentes limpadores).


Entenda a dermatite atópica

Doença de pele crônica e não contagiosa que cursa em paralelo com outras patologias de origem alérgica, como a asma e a rinite alérgica, a dermatite atópica decorre, especialmente, por herança hereditária. “Observa-se que crianças com um dos pais portadores da condição atópica (dermatite atópica, rinite ou asma) têm 25% de chance de desenvolver a dermatite, e para as que têm ambos os pais afetados, a chance sobe para 50%”, constata a Dra. Érica, da Unifesp.

A inflamação da pele na dermatite atópica aparece de forma repetitiva e em longo prazo, o que provoca uma evolução da doença por crises que podem ser espontâneas ou provocadas, por exemplo, pelo contato com diferentes alérgenos. “Isso ocorre devido ao defeito na barreira cutânea que facilita a penetração de agentes agressores externos (do meio ambiente, chamado de alérgenos) na pele”, esclarece. Os sinais de inflamação são vermelhidão, inchaço, vesículas e muita coceira, o que piora a inflamação e as lesões na pele.

Normalmente, a doença surge no primeiro ano de vida, segue intensa até os cinco anos de idade com períodos de melhora e de piora. “Em 75% dos casos, desaparece a partir dessa faixa etária. Durante a infância, as lesões são avermelhadas e descamativas e localizam-se na face, no tronco e nas superfícies externas dos membros. Em crianças maiores e adultos, as lesões são secas, escuras e localizam-se nas dobras do corpo”, diferencia a pesquisadora da Unifesp.

Para garantir a eficácia no tratamento da dermatite atópica, o Dr. Horta cita que se deve adotar o banho morno e rápido, restringindo o uso de sabonetes em barra, substituindo-os por sabonetes líquidos e, se possível, utilizar os chamados “syndets” (detergentes sintéticos); roupas leves, de cor clara e de algodão, evitando-se o uso de roupas apertadas; tentar manter-se em temperaturas estáveis; evitar ambientes com aeroalérgenos (como carpetes, tapetes e brinquedos de pelúcia); evitar alimentos com corantes ou liberadores de histamina (como morango, kiwi, ostras e mariscos); evitar sudorese excessiva; e procurar manter uma hidratação cutânea adequada e frequente. “A pele hidratada é um dos maiores objetivos do tratamento da dermatite atópica”, finaliza o médico.

Diferencie a pele seca da extrasseca

A pele extrasseca é aquela que, em condições normais, se apresenta ressecada, como no caso do envelhecimento e de doenças dermatológicas, como dermatite atópica, ictiose, diabetes, entre outras, que, em determinado momento, sofre o mesmo processo de ressecamento da pela seca, tornando-se acentuadamente seca. Assim, é fundamental entender as diferenças, para garantir o melhor tratamento, em cada caso. “O entendimento desse processo é necessário para indicação de produtos hidratantes, emolientes e umectantes adequados, além de medidas gerais cabíveis a cada pele”, conclui o consultor médico do Laboratório ISDIN e chefe do serviço de dermatologia do Hospital Ipiranga de São Paulo, Dr. Cristiano Horta.


Autor: Kathlen Ramos

Novo padrão de consumo

Edição 273 - 2015-08-01 Novo padrão de consumo

Essa matéria faz parte da Edição 273 da Revista Guia da Farmácia.

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